terça-feira, 7 de julho de 2009

Modas e Modismos


Ovelhas são ovelhas. Pastores são pastores. Todos são irmãos. Ë isso que precisa ser estabelecido. Relação entre irmãos.


"E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas." (1CO 12:28)
"Mas faça-se tudo decentemente e com ordem." (1CO 14:40)


Meditando nesses versículos, estive tentando entender por que há tanto desacerto, tanta incoerência, tanto antagonismo em boa parte dos comportamentos, das ações dos “líderes” que realmente se destacam e que são verdadeiramente atuantes no sistema eclesial.
Pra mim, a forma como o sistema “funciona” e o modo como está organizado é muito confuso e dá margem para que espertalhões travestidos de líderes, profissionais na acepção mais crua do termo e que buscam primeiro e antes de qualquer coisa, seu próprio bem-estar e seus interesses pessoais camuflados em discursos de quem busca, propaga, defende e vive o Reino de Deus... tomem conta de tudo, façam seus clubes fechados e organizem suas panelinhas chamadas de “convenções”.
São líderes que combatem qualquer coisa ou pessoa que possa colocar em risco a estabilidade (principalmente financeira, na forma de “migração” de membros) da denominação que comandam (ou exploram?).
Que se levantam contra qualquer novidade que apareça. Que esticam o olho em cima de qualquer estratégia evangelística que esteja “dando certo”.
Que imitam e copiam descaradamente qualquer evento que esteja dando retorno, que esteja atraindo pessoas... (chamam de “mover de Deus”, qualquer coisa que promovam).


Incrível como muitas pessoas, quando se tornam crentes, perdem a capacidade de pensar.
Qualquer pensamento que tenham... o Espírito Santo me falou.
Qualquer coisa estejam querendo fazer... Deus me mandou.
Qualquer palavra que falam... eu profetizo.
E quando pensam alguma coisa sobre alguém?... tome “revelamento”... tome “profetada”.
E aqueles que fazem questão de “se mostrar”... não podem pegar um microfone que começam a falar em línguas na frente de todo mundo (como que dizendo: - vê como eu sou cheio?...);

quando a Bíblia diz que:


"E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus." “(1CO 14:27,28);


Mas alguns pregadores (chamados avivalistas) usam e abusam das técnicas de manipulação de massas; gritam exageradamente durante muito tempo, até conseguir influir no emocional das pessoas; alteram velocidade do discurso, tom de voz, etc... e enquanto não estiver todo mundo gritando, chorando, pulando numa catarse coletiva, não sossegam... depois dizem: viu o que o Espírito fez?
O Espírito Santo pode agir e fazer o que quiser, do jeito que quiser e se manifestar das mais variadas formas, Ele é Deus, Ele é Soberano. Não questiono nunca o que o Espírito Santo faz, nem o jeito que Ele faz.
Só não consigo aceitar certas práticas dominantes, principalmente entre os pentecostais, onde há como que uma necessidade premente de demonstração externa de “poder”. E tem gente que fica dependente desse tipo de “mover” e quando não estão “carregados” começam a ficar com medo de “estar perdendo a salvação”, a pensar que entristeceram o Espírito Santo e precisam urgentemente procurar em retiro, uma convenção, encontro ou congresso onde possam “recarregar” a alma e voltar cheio do Espírito Santo. (Sou pentecostal, batizado nos 2 batismos e creio plenamente na atuação DO ESPÍRITO SANTO). Acredito inclusive que o Espírito Santo pode se manifestar de maneira suave, tranqüila... enchendo sua alma de paz e levando você a um quebrantamento profundo. Só não consigo entender e aceitar “pentecostes fabricados” e provocados por profissionais do púlpito.


e a Bíblia diz ainda:

"Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis. Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?"(1CO 14:21-23).


É preciso ter cuidado com esse tipo de prática.
É preciso ordem no culto.
É preciso entender que “o espírito do profeta é sujeito ao profeta” e não se deixar levar pelas emoções e muito menos tentar manipular as emoções dos outros.
É preciso cuidar para não escandalizar as pessoas que visitam as
igrejas e chegam sedentas de Deus mas acabam indo embora assustadas com o que viram, e pior, “não querendo aquilo”.
E essa necessidade de amedrontar os irmãozinhos para mantê-los sob controle?
É muito parecida com aquela história do pão e circo.


Ensina-se apenas o básico e não se dá alimento verdadeiramente sólido às ovelhas. “Cria-se” “doutrinas”, regulamentos e regras que visam, antes de mais nada, manter as rédeas curtas.
Se não, por que insistem tanto em tantas proibições e imposições humanas e baseadas em usos e costumes, a maioria delas sem nenhum embasamento bíblico?
Houve um tempo em que se abrigava o uso de chapéus. Mulher se depilar?, nem pensar. Assistir televisão?,(caixinha do capeta). Realmente tem muita porcaria na TV, mas sou eu quem escolho o canal e tenho também o botão desliga. Se você fossa jogar futebol, estaria “chutando Jesus”. Cabelo tem que ser assim... A saia tem que ter tal comprimento... Bermuda, não pode... e por aí vai.
E os pobres irmãozinhos se preocupavam tanto com “tantos pecados” que nem tinham tempo pra estudar a Bíblia e aprender a sã doutrina. Tinham antes que aprender as tais regras... decorar os regulamentos...
E os “donos” da igreja se esbaldavam e enchiam os bolsos mantendo as ovelhinhas bem cativas e obedientes.
Enquanto isso... não são poucas as histórias de adultério, fornicação, agiotagem, maledicências, mentiras, avareza, inimizades... dentro das igrejas. Os irmãozinhos estavam preocupados com a TV, o tamanho da saia... e não tinham tempo para cuidar do espírito, não cresciam e ficavam eternamente na dependência do “pastor”.
Não aprendiam a exercer o seu direito de cidadãos do céu. Não eram ensinados a orar pelos enfermos ou por suas próprias enfermidades (tinham que chamar o pastor). Morriam de medo (alguns saiam correndo) de demônios (tinham que chamar o pastor)...
Aprendiam as regras todas... cumpriam o que conseguiam... mas eram cristãos sem plenitude, dependentes sempre, raquíticos espiritualmente.
O que acontece hoje?
O Espírito Santo está fazendo cair as máscaras de crente e provocando um verdadeiro mover entre aqueles que verdadeiramente têm sede de Deus.
E isso provoca algumas reações contrárias... provoca antagonismos. Sabe por quê? Porque quem busca a face de Deus, encontra (Deus gosta de ser encontrado); Quem tem sede, é saciado.
E quanto mais íntimo de Deus, quanto mais dependente dEle você for, menos você vai depender dos homens com suas regras e regulamentos.
Por isso, se há uma geração capaz de se derramar diante de Deus, sem a necessidades de seguir as normas e rituais preestabelecidos, se existe algum grupo que quebra essas regras e se entrega verdadeiramente à adoração sincera, com a alma, sem precisar ser conduzido...
Epa!... como vamos fazer? As rédeas estão se esticando. As ovelhinhas estão crescendo. Como controlá-las?
É preciso combater essas “heresias”. É preciso controlar a situação. É preciso ter cuidado com essas “novidades”.
É por isso que eu não concordo com o sistema eclesial estabelecido. Há muito interesse (até escusos mesmo) humano por trás dele. Tem muito espertalhão enriquecendo às custas dos humildes. Pastorear deixou de ser ministério e passou a ser profissão. Qualquer um (com R$400,00) abre uma “igreja”, e por trás do “amor pelas almas”, não raro o que existe é uma certa comodidade e atração pela “estabilidade” que os pastores têm.
Sou contra congregar? De maneira nenhuma. A Bíblia (através de Paulo) nos aconselha a “não abandonar a congregação”.
Ovelhas precisam ser conduzidas, com certeza. Mas precisam ser conduzida pelos pastores ao Pastor. O Evangelho é simples e é essa simplicidade que precisa voltar. Deus está perto. É preciso aprender “chegar-se a Ele e Ele se chegará”...
Ovelhas são ovelhas. Pastores são pastores. Todos são irmãos.
Ë isso que precisa ser estabelecido. Relação entre irmãos.
Só porque a Bíblia diz que eu tenho que ser submisso ao pastor, não quer dizer que ele seja meu “chefe”. A autoridade que o pastor tem sobre mim é, antes de tudo, espiritual. Não há relação de chefia. Isso é muito diferente.
Mas a grande maioria dos pastores confunde literalmente as coisas. Agem como chefes de suas ovelhas quando, fria e secularmente falando, elas (as ovelhas) é que são chefes dele; afinal não são elas que “pagam seu salário”?
São as complicações que o homem enfiou no Evangelho... são as deturpações que o homem fez na verdadeira doutrina que dão margem a tantas modas e modismos que existem por aí.
Por isso que existem ovelhas “perdidas” dentro da casa do Pai.


"Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo." (2CO 11:3)


Reflitam!E que Deus nos abençoe e ilumine.

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